domingo, 30 de junho de 2013

Miles Davis - Sketches of Spain


Bartók, Quarteto de cordas nº4

D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover, (1928)

OURS IS ESSENTIALLY A tragic age, so we refuse to take it tragically. The cataclysm has happened, we are among the ruins, we start to build up new little habits, to have new little hopes. It is rather hard work: there is now no smooth road into the future: but we go round, or scramble over the obstacles. We’ve got to live, no matter how many skies have fallen.
 Loc. 550-51 

...

In fact everything was a little ridiculous, or very ridiculous: certainly everything connected with authority, whether it were in the army or the government or the universities, was ridiculous to a degree. And as far as the governing class made any pretensions to govern, they were ridiculous too.
Loc. 636-38
...

Well, there it was: fated like the rest of things! It was rather awful, but why kick? You couldn’t kick it away. It just went on. Life, like all the rest! On the low dark ceiling of cloud at night red blotches burned and quavered, dappling and swelling and contracting, like burns that give pain. It was the furnaces. At first they fascinated Connie with a sort of horror; she felt she was living underground. Then she got used to them. And in the morning it rained.
Loc. 692-95 
...

What the eye doesn’t see and the mind doesn’t know, doesn’t exist.

Loc. 778-79
...

The bitch-goddess, as she is called, of Success, roamed, snarling and protective, round the half-humble, half-defiant Michaelis’ heels, and intimidated Clifford completely: for he wanted to prostitute himself to the bitch-goddess Success.
Loc. 836-38

...

Oh, you’re quite right, you’re quite right! The life of the mind needs a comfortable house and decent cooking. You’re quite right. It even needs posterity. But it all hinges on the instinct for success. That is the pivot on which all things turn.” 
Loc. 1032-34 

...

The only thing that is a unit, non-organic, composed of many different, and equally essential parts, is the machine. Each man a machine-part, and the driving power of the machine, hate ... hate of the bourgeois. That, to me, is Bolshevism.”

Loc. 1143-45
...

Perhaps the human soul needs excursions, and must not be denied them. But the point of an excursion is that you come home again.
Loc. 1256-57

...

How could one say Yes? For years and years? The little yes, gone on a breath! Why should one be pinned down by that butterfly word? Of course it had to flutter away and be gone, to be followed by other yes’s and no’s! Like the straying of butterflies.
Loc. 1275-76

D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover.                                                                                          

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"A cada dia o seu próprio mal", Mateus 6:34



"Sufficient unto the day is the evil thereof. Sufficient unto the moment is the appearance of reality."

  D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover, loc.778.

terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estados de espírito


"Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil."
Aristóteles

coisas a reler

o professor deve ser um burocrata triste

terça-feira, 18 de junho de 2013

'Prefácio a: Höss Commandant at Auschwitz'


"De forma simples, Höss não percebeu nada, nunca ultrapassou o seu passado, não está curado. Quando diz (e diz muitas vezes) 'agora percebo... Agora compreendo que ...' está a mentir descaradamente, tal como hoje todos os políticos arrependidos (pentiti) estão mentir, do mesmo modo estão todos aqueles que expressam o seu arrependimento, não com acções, mas com palavras. Porque mente ele? Talvez para deixar uma melhor imagem de si; talvez, simplesmente, porque os seus juízes, que são os seus novos superiores, lhe tenham dito que as opiniões correctas já não são as de antes, mas diferentes."
Primo Levi, The Black Hole of Auschwitz, Polity Press, 2005, p.87 (tr. lfb)  

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sendo professor nos Açores, porque faço greve?

Com a greve às reuniões de avaliação pairou no ar a sensação de que havia uma união, não só entre sindicatos de professores mas, sobretudo, entre os professores - mesmo os que no passado afirmavam que a greve era inútil, desta vez estavam mais acordados - no sentido de evidenciar a constante degradação e instabilidade da vida docente. Mas tal sensação, se era real, foi quebrada, na sexta-feira passada, pelas declarações dos sindicatos de professores dos Açores que, congratulando-se, se desvincularam da greve nacional.

O que receberam em troca desse recuo foi pouco ou nada. O governo regional declarou que, enquanto não houver excedentários, não haverá despedimentos (em novilíngua mobilidade especial) nas escolas açorianas - esperem pela ordem do ministério das finanças e vão ver os excedentários a aparecer - e comprometeu-se a não aplicar medidas piores do que as que serão aplicadas nas escolas do continente. É muito mau o que se vai passar nas escolas do continente. Logo, aqui também será, pois o compromisso não é o de que será melhor!

A pequenez intelectual de sindicalistas e governantes fê-los cair no filme da vitória política dividida por todos. Agora, vitoriosos, podem ir à almoçarada.

O facto é que -  depois de Carlos César ter assinado* a submissão dos Açores, por 10 anos, à política do ministério das finanças - a capacidade de legislar autonomamente sobre o que quer que seja  se tornou muito difícil. Então para que queremos um governo regional tão volumoso? É preciso? E até quando?

Como mostra o nosso passado recente, aquilo que os políticos dizem não se escreve. Os despedimentos podem não acontecer, para já, mas a destruição do que resta da dignidade do trabalho público continua: a perda de direitos sociais (por exemplo, acompanhar um pai incapacitado a um exame médico ou adoecer por poucos dias implica perda total de vencimento); uma avaliação fantoche - um dos muitos exemplos em que a educação nos Açores é pior - que já só serve para a humilhação constante dos professores contratados que todos os anos estão obrigados a aulas assistidas e, só para dar mais um exemplo, a inexistência  de uma carreia decente. Nos últimos anos o que tem acontecido é uma inversão do percurso normal de um professor:  à medida que se fica mais velho, com mais qualificações, trabalha-se mais horas e ganha-se menos.

Uma trivialidade democrática: as greves são feitas para, por questões de justiça, ou falta dela, mostrar a força de uma das partes. E, por isso, prejudicam as pessoas. Uma das consequências da greve aos exames é prejudicar aqueles que vão fazer exames. Queriam greve num dia em que os grevistas não fossem necessários? Para além do mais, fazer greve às aulas é, objectivamente, muito pior do que fazer greve a reuniões e a exames. Estes acabarão por se fazer, enquanto aula que não é dada é aula eternamente perdida. Por essa razão, não percebo muito bem os que vêm, em nome dos alunos, afirmar que é inadmissível fazer greve aos exames. Estejam descansados, os alunos irão realizar os exames, mais dia menos dia. E quem estuda sabe, logo está preparado para fazer o exame seja ele feito no dia em que está marcado, ou alguns dias depois.

O problema é que, no passado, se marcaram muitas greves sem consequências negativas (em novilíngua: greves simbólicas). Pelo contrário, muita vezes os alunos dedicavam-se a interrogar os professores,  na ante-véspera, para descobrir quem iria faltar para, com essa informação,  equacionarem a possibilidade de não ir à escola.

Esta greve, não fora a saída dos sindicatos regionais, teria sido uma grande oportunidade para marcar, não uma vitória agora, porque essa sabemo-la difícil, mas um sinal de força e de união para o que há-de vir. Os que assim não quiseram mostraram, mais uma vez, a sua fraqueza.

Para se perceber que a coisa não é de agora, leia-se o que eu pensava em 2005!

*Compromisso assumido à socapa e pouco antes de sair do governo dos Açores, não sem antes desfilar na feira quinhentista da Ribeira Grande. Veja o desplante aqui. César é agora presidente honorário vitalício do PS Açores numa eleição em que foi o único candidato ao cargo que ele próprio criou. Um verdadeiro imperador!

Acrescento, em 25 de Junho de 2013:
Os comentários fizeram-me bem.
A todos, incluindo as pessoas com quem debati  e bebi previamente o assunto, fico muito agradecido. Bem hajam!
Quando se lê: "comentário foi removido pelo autor", entenda-se removido pelo autor do comentário, e não por mim.

Esbjörn Svensson Trio : Viaticum


sexta-feira, 14 de junho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

sábado, 8 de junho de 2013

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Darumá


Por sugestão de Wenceslau de Moraes, O culto do chá,  BI/Relógio D'Água, p.11, onde se pode ler: 
"[Hokusai] pintando um famoso Darumá sobre uma folha de papel de cerca de duzentos metros quadrados de grandeza, empregando oitenta litros de tinta no desenho e servindo-se de cinco vassouras à laia de pincéis; estendida a tela sobre o campo, no telhado de um templo a turba admirava a obra e aplaudia o mestre."
A versão original de O Culto do Chá, de onde o Darumá foi retirado, pode ser lida aqui.

cantankerous and solitary philosopher, Jean Améry.

"The appalling episode of the 'Temple of the people', the collective suicide of 900 followers of a mystic-satanic sect, is today still incomprehensible, and perhaps will always be so, if by 'to comprehend' se mean to identify a motive. And anyway, each and every human action contains a kernel of incomprehensibility. If this were not the case, we would be in a position to foresee what our neighbour is going to do. Clearly we cannot do this, and perhaps it is just as well that we cannot. It is particularly difficult to understand why a person kills himself, since generally speaking the suicide himself is not fully aware, or else he supplies both himself and others with motives that are consciously or unconsciously altered.

News of the massacre at Georgetown appeared in the papers alongside another less clamorous item: the suicide of a cantankerous and solitary philosopher, Jean Améry. This event is, in the contrary, absolutely comprehensible, and has much to teach us. (...)
Améry wrote: '"Hear, Israel" is of no interest to me: only "Hear, world", only this warning could I offer with passionate anger'. But also: 'As a jew, I go round the world like a sick man afflicted with one of those illnesses which do not cause great suffering but which lead inevitably to death.' And finally, like an epitaph: '' The man who has been tortured remains tortured ... Whoever has suffered torment will no longer be able to find his way clearly in the world, the abomination of annihilation will never be extinguished. Trust in humanity, already fractured by the first slap in the face and then demolished by torture, can never be regained.'
No, the death of Jean Améry is not a surprise, and it is sad to think that torture, which had disappeared from Europe some centuries ago, made ita reappearance in our century, and is gaining ground in a number of countries, 'for the right reasons', as if suffering deliberately inflicted can give birth to anything good. It is unbearable to think that while the torture Améry suffered weighed down on him right to his death, indeed was for him an interminable death, it is more than likely that his torturers are sitting down in an office or enjoying their retirement. And if they were interrogated (but who his there to interrogate them?) they would give the same old answer with a clear conscience: they were only following ordens."

                   Levi, The Black Hole of Auschwitz, Polity, (tr.) 2005, pp. 48-50.                                                

Art Blakey's Jazz Messengers with Thelonious Monk - Blue Monk