quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

There was no picture in the mind

Did the rabbis imagine that the Sabbath was an angel? A spiritual person? Religious thought cannot afford to associate closely with the powers of fantasy. Yet the metaphoric concept of the Sabbath held no danger of deification of the seventh day, of conceiving it to be an angel or a spiritual person. Nothing stands between God and man, not even a day.
The idea of the Sabbath as a queen or a bride did not represent a mental image, something that could be imagined.
There was no picture in the mind that corresponded to the metaphor. Nor was it ever cristalized as a definitive concept, from which logical consequences could be drawn, or raised to a dogma, an object of belief. The same Rabbi Hanina who celebrated the Sabbath as a queen preferred or another occasion to compare the Sabbath with a king.

 Abraham Joshua Heschel, The Sabbath, FSG Classics, 2005, p. 59. 

A Love supreme

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

José Pacheco Pereira: O NÚMERO QUE ESTÁ TATUADO NOS BRAÇOS DOS PORTUGUESES: O NÚMERO DO CONTRIBUINTE

" (...) Infelizmente, insisto, a indiferença cívica é o pano de fundo de muitos abusos e a sociedade e o Estado que estamos a construir são os ideais para uma sociedade totalitária.(...)" Continuar a ler

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Os mortos-vivos



Miklos Nyiszli, Auschwitz - A doctor´s Eyewitness Account, Arcade, pp. 27-28.                                  

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Archie Shepp - Call Me By My Rightful Name

O trabalho ou a política

Não raro deparamo-nos com a ideia de que, em política, o  que é preciso é sangue novo. Jovens que, cheios de energia (e de cafeína), se cheguem à frente dos partidos e da governação e que façam o país progredir.
Há um tanto de absurdo nessa ideia. Veja-se as luminárias que nos têm governado nos últimos anos (os Césares, os Sócrates, os Chernes, os Coelhos, enfim, os jotas...); muitas delas começaram na política e nunca fizeram outra coisa. Que sentido faz ter políticos que nunca passaram pelo mundo trabalho? Que nunca puseram 'as mãos na massa'?
O que torna a política uma arte nobre não é a energia excessiva da juventude, mas sim a experiência diversificada, a razoabilidade, o sentido de justiça, a busca constante do equilíbrio e, desejavelmente, alguma sabedoria prática. Tudo virtudes que, por natureza, escasseiam na juventude, com as quais não se nasce e que não são nada fáceis de obter.
O que os jovens que ambicionam a política precisam é de experiência de vida e isso só se obtém vivendo! E trabalhando e sofrendo...
Vivemos num sistema político que inverteu a lógica das coisas. Salvo raras e honrosas excepções (e outras nem tanto) reformam-se os políticos cedo demais (veja-se este caso) e enviam-se para o centro da decisão política jovens imberbes que só errando podem aprender (e mesmo assim é preciso querer aprender, o que nem sempre é o caso). Acontece que, em política, os erros  pagam-se caro. E quem paga são sempre os governados.
É também claro que a solução do problema não é fácil. Não podemos impedir os adultos de se candidatarem a lugares políticos (o que seria equivalente a diminuir as liberdades). Nem podemos recusar as escolhas que o povo, por maioria, faz (o que seria equivalente a recusar a democracia).
Mas aceder a um lugar só porque se pertence a um partido, ou por qualquer outra influência que não por mérito, já parece condenável. Para além disso, dá-se a situação paradoxal de muitos dos que nos poderiam bem governar não o fazem - ou porque não querem (a maioria dos casos) ou porque não chegam a ser escolhidos.
A mim agrada-me a ideia de de olhar para a política como um serviço que se presta à comunidade. Quase como uma coisa voluntária, algo que se faz por dever para com os outros e não por proveito próprio.
A expressão "carreira política" causa-me arrepios. Por isso é que às vezes me parece sensato defender que a política deveria estar limitada aos que já demonstraram, apenas pelo mérito do seu trabalho, ser dela merecedores.  A todos os outros compete-lhes fazer melhor.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Giovanni Cimabue (1251-1302), Saint Francis of Assisi



- E Cimabué que é? perguntou o cavaleiro -.
Filippo sorriu e respondeu:
- Tal como Adão foi o primeiro homem da terra assim Cimabué foi o primeiro pintor da Itália. E foi ele quem descobriu o talento do jovem Giotto.
(Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca, Figueirinhas, p.31)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

The good is the base, the holy is the summit.

There is much that philosophy could learn from the Bible. To the philosopher the idea of the good is the most exalted idea. But to the Bible the idea of the good is penultimate; it cannot exist without the holy. The good is the base, the holy is the summit. Things created in six days He considered good, the seventh day He made holy.
To Jewish piety the ultimate human dichotomy is not of mind and matter but that of the sacred and the profane. We have know profanity too long and have become accustomed to think that the soul is an automaton. The law of the Sabbath tries to direct the body and the mind to the dimension of the holy. It tries to teach us that man stands not only in a relation to nature but in a relation also to the creator of nature.
What is the Sabbath? Spirit in the form of time.
Abraham Joshua Heschel, The Sabbath, FSG Classics, 2005, p.75. 

Para uma mente céptica que sentido faz falar do Sabath como a companheira sagrada e da alma que se relaciona com o criador? 
Todavia, o que realmente importa saber é: depois de tudo destruído pela dúvida racional - admitindo que ela é disso capaz - o que resta? O que fica para nos consolar?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

our constant problem


Nothing is as hard to supress as the will to be  slave to one´s pettiness. Gallantly, ceaselessly, quietly, man must fight for inner liberty. Inner liberty dependes upon being exempt from domination of things as well as from domination of people. There are many who have acquiered a high degree of political and social liberty, but only very few are not enslaved to things. This is our constant problem - how to live with people and remain free, how to live with things and remain independent.
 Abraham Joshua Heschel, The Sabbath, FSG Classics, 2005, p. 89.

pertence ao mundo fantástico da antiga cidade judaica


"A escultura de Rabbi Loew na fachada da Nova Câmara Municipal de Staré Mĕsto, praça Mariáska, identifica-se à direita do edifício. O rosto coberto por uma longa barba é severo, a silhueta imponente. A atitude solene remete para uma autoridade que nem sequer o transeunte sente vontade de desafiar. Mão direita erguida, o célebre Jehuda Ben Bezabel (1526-1609), criador do Golem, interpela e revela, à sua abordagem, um semblante grave. Estranhamente, a monumentalidade da obra, assinada por Ladislav šaloun, não é esmagadora. Interroga, tal como o cavaleiro de Elmo, sem feições, colocado no outro lado. Nascido em 1512 em Poznam, na Polónia, Rabbi Loew é uma das grandes figuras da comunidade judaica de Praga. Este filósofo e pedagogo respeitado (várias correntes do judaísmo reclamaram seguir a sua herança)" foi o primeiro judeu recebido em audiência privada no Castelo pelo rei Rodolfo II, a 16 de Fevereiro de 1592. Quanto ao Golem, gigante artificial que este erudito apaixonado pela cabala criou a partir de terra e argila para proteger o gueto dos pogroms, pertence ao mundo fantástico da antiga cidade judaica hoje desaparecida."

(Guillaume Sorel e Christine Coste, Praga - Percursos, Asa, p.38)

A criação do Golem

"Decorria o ano de 1580. Um padre chamado Thaddeus - um anti-semita fanático - tentava de novo quebrar a paz e a harmonia e introduzir a discórdia e a desarmonia através de novas acusações supersticiosas acerca de rituais de sangue.
Rabbi Loew depressa se apercebeu e, nos seus sonhos, colocou uma questão "ao alto" (upwars) para encontrar uma solução para o problema de como poderia combater este inimigo diabólico.
"Ata Bra Dewuk Hachmer W'tigzar Zedim Chewel Torfe Jisrael."
""deverás criar um Golem a partir do Barro, para que a maliciosa máfia anti-Semita possa ser destruída.
Rabbi Loew interpretou a estranha frase como significando que ele deveria criar um corpo vivo a partir do barro com a ajuda das letras vindas do céu.
(...)
Eles amassaram o barro e deram forma a uma figura humana com todos os seus membros, medindo três varas de comprimento. E à sua frente, lá estava o Golem com a sua face apontada para os céus."

"The Creation oh the Golem", in The Prague Golem - Jewish Stories of the Ghetto, vitalis, 2012, pp.45-46

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Steven Sebring, "dream of life" (2007)

Patti Smith - People Have The Power

Patti Smith: simplesmente comíamos e fazíamos o nosso trabalho.

Defende que a Internet é uma nova ferramenta que pode auxiliar as novas gerações a fazer uma revolução?
Quando a Internet surgiu, odiei. Ainda hoje odeio telemóveis. Não uso telemóvel. Mas os meus filhos usam a Internet a todo o momento, e pareceu-me que era importante compreender o mundo deles. Penso que há muito mal na Internet, muito crime e muita corrupção, mas parece-me que é uma forma de as pessoas se exprimirem. Uma pessoa que não consegue ter uma editora para lhe editar o CD pode pôr a música no MySpace ou no YouTube e outros podem ouvir... Gosto desta democracia que abre novas possibilidades para as pessoas criativas. Podem não ser fantásticas, mas têm um meio para se poderem expressar. E acho mesmo que, por razões políticas, os jovens podem juntar-se e unir forças para boicotar, por exemplo, alguns bens chineses. Podemos boicotar as fábricas que poluem o nosso mundo. Podemos dizer: "Vão lançar químicos nos nossos rios, então não vamos comprar os vossos produtos." E podemos fazer chegar esta mensagem a todo o mundo. Os jovens podem unir-se e tomar uma posição, podem decidir dizer: "Não comprem isto e isto..."
O que poderia ter acontecido com a sua geração, nos anos 70, se tivesse este instrumento?
A minha geração cometeu muitos erros, mas uma coisa que realmente fez foi ter dito: "Não vamos alinhar no que montaram para nós." A minha geração, quando era nova, não era materialista. Não tínhamos nada. O Robert e eu não tínhamos televisão, nem rádio, nem telefone... Simplesmente comíamos e fazíamos o nosso trabalho. Quero dizer, não podíamos ir ao cinema, não tínhamos dinheiro para mais nada. Eu trabalhava numa livraria... Não tínhamos cartões de crédito. Nada. Mas éramos felizes e estávamos bem. E agora alinhamos nesta tendência consumista do nosso mundo. Acho que, de algum modo, mesmo que por um período apenas, nós éramos uma geração mais espiritual...
Mas pode-se voltar a isso? Recuperar uma vida mais espiritual e menos materialista?
Acho que nada está terminado. Julgo que, tal como as mulheres um dia decidiram, mesmo que isto agora soe estúpido, queimar os seus sutiãs, as pessoas hoje podem dizer: "Não vou mais usar o cartão de crédito, não me vou sujeitar a uma escravatura económica."
É a reafirmação da frase da sua canção "People Have the Power"?
Acho que as pessoas podem decidir. Parece-me que vai ser difícil, porque há tanta pressão, programação, exploração dos novos... Pensam que têm de parecer de um certo modo, que têm de se sujeitar a cirurgias plásticas, que têm de pôr botox, que têm de se vestir de um certo modo, que têm de ter todas estas coisas porque lhes é dito, porque lhes é dito... Isto é dito às pessoas! E eles não precisam de nenhuma desta merda. As pessoas precisam é de saber quem são. Precisam de saber que são criativas, precisam de se conhecer. Todas estas coisas são trampa. Cada pessoa precisa de ser ela própria. A tecnologia é uma das formas que os jovens têm para poderem dizer: "Eu vou tomar as minhas decisões." É como o Obama no meu país. Clinton é uma mulher inteligente, muito experiente, e tenho a certeza que pode ser uma boa Presidente, mas Obama chegou, é novo, compreende a tecnologia e motivou os jovens para se unirem. Se ele ganha, significa que são as novas gerações que o põem lá. E isto é muito excitante, mesmo considerando que ele não é tão experiente quanto a Clinton, que tem ainda muito para aprender e que cometa erros. Penso que é muito interessante, porque os jovens é que verdadeiramente vão ter o poder.

domingo, 3 de fevereiro de 2013