sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Lógica e Progresso

Como com todas as citações boas para serem usadas como epígrafes, muito haveria a dizer sobre a citação de Shaw. Uma primeira consideração seria dizer que o argumento:

1) o homem razoável adapta-se ao mundo
2) o homem não-razoável faz tudo para que seja o mundo a adaptar-se a ele
Logo, todo o progresso depende do homem não-razoável

constitui aquilo que os lógicos designam de entimema, uma vez que transporta consigo uma premissa escondida:

3) toda a mudança no mundo (fazer o mundo adaptar-se) é fonte de progresso.

Um das perguntas colocadas parece questionar se todos os homens não-razoáveis tentam mudar o mundo. Um possível solução, também ela algo silogística, seria afirmar que haverá alguns homens razoáveis que tentam mudar o mundo (será este o caso da ministra?), como haverá alguns homens não-razoáveis (por exemplo, aqueles que só são não-razoáveis em privado ou às escondidas ) que não tentam mudar o mundo público.

O problema do progresso é delicado. Há quem diga que depois
de Auschwitz - a que Shaw ainda assistiu (1856-1950) e certamente a pior mudança no mundo realizada por um não-razoável - não faz sentido falar de progresso e de que valores faz sentido falar ninguém sabe bem.

(LFB)

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

"(...) all progress depends on the unreasonable man."

... on all unreasonable men?

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Aos que duvidam inconsequentemente

"The reasonable man adapts himself to the world; the unreasonable one persists in trying to adapt the world to himself. Therefore all progress depends on the unreasonable man."
George Bernard Shaw, Man and Superman (1903) "Maxims for Revolutionists"

Partindo desta premissa, deverá então, a nossa ministra da Educação, ser uma mulher razoável ou não?
(LE)