terça-feira, 13 de setembro de 2005

A Metafísica do tempo

Desde Einstein que não se via tamanha revolução na noção de tempo. Só a Secretaria Regional da Educação (SRE) conseguiu uma revolução comparável àquela que introduziu a relatividade temporal.
Agora nas escolas em vez de tempos lectivos há segmentos. Uma herança de anos anteriores, onde a SRE decidiu iniciar a mudança de tempo, passando aquilo que antes era uma hora lectiva (uma aula de cinquenta minutos, mais dez minutos de intervalo) a ser igual a blocos de 45 minutos. Este ano, deu o legislador conta de que uma aula de 45 minutos não é equivalente a uma hora lectiva e que os professores afinal ainda trabalhavam menos do que antes da referida mudança. Como forma de equilibrar aquilo que ela própria havia desiquilibrado, a SRE faz saber que quem tem um horário de vinte horas lectivas semanais, deverá ter 26 segmentos de quarenta e cinco minutos. Mas não é tudo. Deverá também ter, no horário, mais seis horas de sessenta minutos!
Já se houvem os professores: "- agora tenho que dar um segmento de quarenta e cinco, a seguir passo (e não "dou", pois aqui já não se "dá", mas "passa-se" a hora) duas horas de sessenta minutos, para depois dar mais dois segmentos." Fantástico.
Resta saber como ficará - com tanta viravolta no tempo - garantido o direito a quinze minutos para ir à casa de banho que qualquer trabalhador deve ter. Será de incluir no horário? Será que haverá horas marcadas para que cada um se possa aliviar? E como evitar atropelos e filas para ir ao WC?
(LFB)

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