sábado, 21 de janeiro de 2012

Carlos M. Couto S.C.

VIII. TEMPO
I. ES-FINGE: EM HOMENAGEM

no teu susto já nada se sente de febre roxa e insónia
em oiro de categoria ela escorre e corre em pranto 
ela morre no crispado

desdém de uma elegia
por sob espessa densidão de sombra fria

no teu susto imagina-se a carne das cores endoidecidas      [no teu rosto]
em ferida ruiva de ether e sem a piedade do dom oh
minhas letras sempre rasgadas e ofendidas
sem som

que pesadelo tão só consentido pelo esquema
carrocel partido?

regressarmos ao susto antigo?
onde estou eu que nada me aloira já?

gostava tanto de poder tocar-te
de sentir, no fim.

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