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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Morte não te orgulhes

"Morte não te orgulhes, porque
   embora te tenham chamado
 
Poderosa e terrível, não o és

Porque aqueles que pensaste ter
   aniquilado

Não morrem, pobre morte, nem
tão-pouco me poderás matar

Um sono breve, e acordamos
para a eternidade

E a morte não existe mais, a
morte irá morrer."

John Donne, citado no ensaio "Sobre as minhas mortes", João Lobo Antunes, Inquietação Interminável - Ensaios sobre ética das ciências da vida, Gradiva, 2010, pp. 122-123.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Os médicos não se preocupam com ensinar a morte também porque, raramente, o medo da morte é expresso pelos doentes. Na minha experiência é raro que o receio da morte seja referido pelo doente, mesmo em situação de morte iminente ou previsível, mas este temor esconde-se muitas vezes sob o véu do pânico de não acordar de uma anestesia. Por outro lado, muito do ensino que fazemos baseia-se em relatos de experiências clínicas e a morte não é redutível a uma experiência."

João Lobo Antunes, Inquietação Interminável, p.124

sábado, 24 de julho de 2010

João Lobo Antunes

[...]
- "De que é que gosta menos em Portugal?

- É muito mais fácil para mim falar daquilo de que gosto muito do que daquilo de que menos gosto. Vou responder-lhe em inglês: a certain lack of seriousness. E «seriousness» não é «seriedade». A certain lack of seriousness.

- Que palavra escolheria em português para traduzir seriousness?

- Circunspecção, respeito, consideração. Não só pelas pessoas mas também pelas ideias. Veja por exemplo como a educação é tão pouco respeitada enquanto pilar fundamental da construção - até moral - de um povo. A certain lack of seriousness." [...]

(Entrevista de Carlos Vaz Marques a João Lobo Antunes, Levista Ler, Julho/Agosto 2010, nº 93, p.24)