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domingo, 18 de janeiro de 2015

Salmo

Ninguém nos moldará de novo em terra e barro,
Ninguém animará pela palavra o nosso pó.
Ninguém.

Louvado sejas, Ninguém.
Por amor de ti queremos
florir.
Em direção
a ti.

Um Nada
fomos, somos, continuaremos
a ser, florescendo:
a rosa do Nada, a
de Ninguém.

Com
o estilete claro-de-alma,
o estame ermo-de-céu,
a corola vermelha
da purpúrea palavra que cántamos
sobre, oh sobre
o espinho.

 Paul Celan, citado em Bloom, Génio - os 100 autores mais criativos da história da literatura, Temas e Debates, 2014, p.889.

quarta-feira, 12 de março de 2014

and Kafka began to speak about the golem

"We came to Prague to make some money and found a genius waiting for us—Homo sapiens in his highest degree of self-torture. Kafka wanted to be a Jew, but he didn’t know how. He wanted to live, but he didn’t know this, either. ‘Franz,’ I said to him once, ‘you are a young man. Do what we all do.’ There was a brother I knew in Prague, and I persuaded him to go there with me. He was still a virgin. I’d rather not speak about the girl he was engaged to. He was sunk to the neck in the bourgeois swamp. The Jews of his circle had one ideal—to become Gentiles, and not Czech Gentiles but German Gentiles. To make it short, I talked him into the adventure. I took him to a dark alley in the former ghetto and there was the brothel. We went up the crooked steps. I opened the door and it looked like a stage set: the whores, the pimps, the guests, the madam. I will never forget that moment. Kafka began to shake, and pulled at my sleeve. Then he turned and ran down the steps so quickly I was afraid he would break a leg. Once on the street, he stopped and vomited like a schoolboy. On the way back, we passed an old synagogue, and Kafka began to speak about the golem. Kafka believed in the golem, and even that the future might well bring another one. There must be magic words that can turn a piece of clay into a living being. Did not God, according to the Cabala, create the world by uttering holy words? In the beginning was the Logos."

              "A Friend of Kafka", in The Collected Stories of Isaac Bashevis Singer,Loc. 5724-35.             

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

pertence ao mundo fantástico da antiga cidade judaica


"A escultura de Rabbi Loew na fachada da Nova Câmara Municipal de Staré Mĕsto, praça Mariáska, identifica-se à direita do edifício. O rosto coberto por uma longa barba é severo, a silhueta imponente. A atitude solene remete para uma autoridade que nem sequer o transeunte sente vontade de desafiar. Mão direita erguida, o célebre Jehuda Ben Bezabel (1526-1609), criador do Golem, interpela e revela, à sua abordagem, um semblante grave. Estranhamente, a monumentalidade da obra, assinada por Ladislav šaloun, não é esmagadora. Interroga, tal como o cavaleiro de Elmo, sem feições, colocado no outro lado. Nascido em 1512 em Poznam, na Polónia, Rabbi Loew é uma das grandes figuras da comunidade judaica de Praga. Este filósofo e pedagogo respeitado (várias correntes do judaísmo reclamaram seguir a sua herança)" foi o primeiro judeu recebido em audiência privada no Castelo pelo rei Rodolfo II, a 16 de Fevereiro de 1592. Quanto ao Golem, gigante artificial que este erudito apaixonado pela cabala criou a partir de terra e argila para proteger o gueto dos pogroms, pertence ao mundo fantástico da antiga cidade judaica hoje desaparecida."

(Guillaume Sorel e Christine Coste, Praga - Percursos, Asa, p.38)

A criação do Golem

"Decorria o ano de 1580. Um padre chamado Thaddeus - um anti-semita fanático - tentava de novo quebrar a paz e a harmonia e introduzir a discórdia e a desarmonia através de novas acusações supersticiosas acerca de rituais de sangue.
Rabbi Loew depressa se apercebeu e, nos seus sonhos, colocou uma questão "ao alto" (upwars) para encontrar uma solução para o problema de como poderia combater este inimigo diabólico.
"Ata Bra Dewuk Hachmer W'tigzar Zedim Chewel Torfe Jisrael."
""deverás criar um Golem a partir do Barro, para que a maliciosa máfia anti-Semita possa ser destruída.
Rabbi Loew interpretou a estranha frase como significando que ele deveria criar um corpo vivo a partir do barro com a ajuda das letras vindas do céu.
(...)
Eles amassaram o barro e deram forma a uma figura humana com todos os seus membros, medindo três varas de comprimento. E à sua frente, lá estava o Golem com a sua face apontada para os céus."

"The Creation oh the Golem", in The Prague Golem - Jewish Stories of the Ghetto, vitalis, 2012, pp.45-46