Ninguém nos moldará de novo em terra e barro,
Ninguém animará pela palavra o nosso pó.Ninguém.
Louvado sejas, Ninguém.
Por amor de ti queremos
florir.
Em direção
a ti.
Um Nada
fomos, somos, continuaremos
a ser, florescendo:
a rosa do Nada, a
de Ninguém.
Com
o estilete claro-de-alma,
o estame ermo-de-céu,
a corola vermelha
da purpúrea palavra que cántamos
sobre, oh sobre
o espinho.
Paul Celan, citado em Bloom, Génio - os 100 autores mais criativos da história da literatura, Temas e Debates, 2014, p.889.