Há dias, no Diário insular, Carlos Bessa publicou um excelente artigo de opinião onde denuncia a inanidade da última ideia de César e da sua equipa educativa: a criação de plano regional de leitura com obras escritas por autores regionais que receberiam dinheiro público para escreverem livros a incluir naquele plano. A ser verdade, a coisa é muito grave.
A AÇORIANITE - o vírus político e propagandístico de que tudo o que nos Açores se faz é muito bom desde que seja feito para e pelas "nossas gentes" (pode incluir continentais prestáveis e, sobretudo, que gostem muitos das ilhas) - atingiu o ponto de pandemia regional que só uma terapia universal à base de muito Huxley, Kafka e Orwell nos poderá salvar.
Já não bastavam as contradições de um curriculum regional com alterações subjectivas - quer dizer sem nenhuma razão aparente, sem estudo prévios, sem sequer uma bibliografia - da carga horária de algumas disciplinas e com a inclusão no programa da disciplina de Cidadania de uma coisa chamada “empreendedorismo”. Curriculum aprovado contra todos, mas não sem antes pedir parecer a todas as partes interessadas. É esta a pedagogia exemplar dos políticos da cidadania: parecer que se ouve é igual a ouvir.
Já não bastava a publicidade hilariante e enganosa - não fosse brincar com o dinheiro dos outros uma coisa séria - feita a objectos de qualidade duvidosa como, por exemplo, um hotel de cinco estrelas na Praia da Vitória com 50 % pago pelo governo regional - já está de pé! - e anunciado, na RTP Açores, pelo empresário como "um empreendimento" (aonde é que já ouvi este som?) "garantido, agora que a crise já está a passar" (isto em Março de 2010)! Exemplar Cidadania!
A AÇORIANITE - o vírus político e propagandístico de que tudo o que nos Açores se faz é muito bom desde que seja feito para e pelas "nossas gentes" (pode incluir continentais prestáveis e, sobretudo, que gostem muitos das ilhas) - atingiu o ponto de pandemia regional que só uma terapia universal à base de muito Huxley, Kafka e Orwell nos poderá salvar.
Já não bastavam as contradições de um curriculum regional com alterações subjectivas - quer dizer sem nenhuma razão aparente, sem estudo prévios, sem sequer uma bibliografia - da carga horária de algumas disciplinas e com a inclusão no programa da disciplina de Cidadania de uma coisa chamada “empreendedorismo”. Curriculum aprovado contra todos, mas não sem antes pedir parecer a todas as partes interessadas. É esta a pedagogia exemplar dos políticos da cidadania: parecer que se ouve é igual a ouvir.
Já não bastava a publicidade hilariante e enganosa - não fosse brincar com o dinheiro dos outros uma coisa séria - feita a objectos de qualidade duvidosa como, por exemplo, um hotel de cinco estrelas na Praia da Vitória com 50 % pago pelo governo regional - já está de pé! - e anunciado, na RTP Açores, pelo empresário como "um empreendimento" (aonde é que já ouvi este som?) "garantido, agora que a crise já está a passar" (isto em Março de 2010)! Exemplar Cidadania!
Já não bastava a nebulosa Academia da juventude (cinco milhões pagos pela Câmara da Praia da Vitória e um milhão pago pelo governo) que ainda ninguém percebeu para que vai servir. Não deveria ser ao contrário, primeiro saber o que é preciso e depois fazer? Já não bastava ter a televisão regional ao serviço de César e a RDP1 silenciada como parte do jogo de apagar da consciência açoriana a ideia de que existe uma coisa chamada Portugal e da qual nós somos parte. Já não bastava a opinião dos especialistas a indicar que a construção (de estradas, edifícios com nomes pomposos, marginais, portas do mar, et cetera) não implica desenvolvimento efectivo mas sim endividamento efectivo e prolongado de várias gerações. Teria sido útil, por exemplo, perguntar às pessoas do concelho da Praia da Vitória se queriam investir parte do seu futuro e dos seus filhos naquelas construções. Já não bastava sabermos que os Açores são a região mais pobre do país (50 mil pobres e 50 mil vulneráveis à pobreza).
Já não bastava a doutrinação silenciosa da qual emerge a JUVENTUDE CESARIANA apaziguada, obediente e acrítica (o contrário de uma juventude saudável) que, em conjunto com os seniores e sob a presidência de César, vai preenchendo o vazio dos cargos que vão proliferando. Essa juventude tem ideias, não tem é espírito aberto e vê mal ao longe. O que a move é a vontade de apagar o Mundo das cabeças das “nossas gentes” , já que na sua cabeça não há outro mundo que não o seu.
Agora, ao que parece, querem sobrepor ao plano nacional (com obras internacionais) um plano regional de leitura obrigatória (com obras regionais). Claro que tudo será feito à maneira do socialismo educado. Certamente algumas obras “de fora” serão incluídas como opção na nova lista e pedir-se-ão pareceres a todos os leitores da região. Tudo será conforme à lei; esta é a excelência do socialismo: se é legal é moral.
O silêncio impera e o pó acumular-se-á. Leitores é que continuarão a ser muito poucos. E talvez já venha sendo tempo de as pessoas de bom senso se juntarem para dizer, como Carlos Bessa: Alto Lá!
(LFB)