Os Stones na América

Lenny was the man. The Sick Humor of Lenny Bruce; I’d taken him in long before I got to America. So I was well prepared when on The Ed Sullivan Show Mick wasn’t allowed to sing “Let’s Spend the Night Together,” we had to sing “Let’s Spend Some Time Together.” Talk about shades and nuances. What does that mean, especially to CBS? A night is not allowed. Unbelievable. It used to make us laugh. It was pure Lenny Bruce—“Tittie” is a dirty word? What’s dirty? The word or the tittie?

(Keith Richards and James Fox (Contributor))
- Highlight Loc. 2193-96  | Added on Wednesday, February 08, 2012, 07:46 AM

Os Stones na américa: "Black music was exploding

 It was a powerhouse. At Motown they had a factory but without turning out automatons. We lived off Motown on the road, just waiting for the next Four Tops or the next Temptations. Motown was our food, on the road and off. Listening to car radios through a thousand miles to get to the next gig. That was the beauty of America. We used to dream of it before we got there.

Life (Keith Richards and James Fox (Contributor))

- Highlight Loc. 2188-91  | Added on Wednesday, February 08, 2012, 07:45 AM

O Rock sempre me pareceu uma coisa de pretos a quererem ser brancos e de brancos a quererem ser pretos

You’ve already made the fucking deal.

"In the arrogance of youth, the idea of being a rock star or a pop star was taking a step down from being a bluesman and playing the clubs. For us to have to dip our feet into commercialism, in 1962 or ’63, was for a small while distasteful. The Rolling Stones, when they started, the limits of their ambition was just to be the best fucking band in London. We disdained the provinces; it was a real London mind-set. But once the world beckoned, it didn’t take long for the scales to fall from the eyes. Suddenly the whole world was opening up, the Beatles were proving that. It’s not that easy being famous; you don’t want to be. But at the same time you’ve got to be in order to do what you’re doing. And you realize you’ve already made the deal at the crossroads. Nobody said this was the deal. But within a few weeks, months, you realize that you’ve made the deal. And that you are now set on a path that is not your aesthetically ideal path. Stupid teenage idealisms, purisms, bullshit. You’re now set on the path, along with all those people that you wanted to follow anyway, like Muddy Waters, Robert Johnson. You’ve already made the fucking deal. And now you have to follow it, just like all your brothers and sisters and ancestors. You are now on the road."

Life (Keith Richards and James Fox (Contributor))

- Highlight Loc. 2163-72  | Added on Wednesday, February 08, 2012, 07:41 AM

Marianne Faithfull

“As Tears Go By” was first recorded and made into a hit by Marianne Faithfull."

Life (Keith Richards and James Fox (Contributor))
- Highlight Loc. 2126  | Added on Wednesday, February 08, 2012, 07:29 AM

the Ronettes

"The Ronettes were the hottest girl group in the world, and early in 1963 they’d just released one of the greatest songs ever recorded, “Be My Baby,” produced by Phil Spector. We toured with the Ronettes on our second UK tour, and I fell in love with Ronnie Bennett, who was the lead singer.

Loc. 2134-37 

Ronnie remembered how we were on that tour together:

Ronnie Spector: Keith and I made ways to be together—I remember on that tour, in England, there was so much fog that the bus had to actually stop. And Keith and I got out and we went over to this little cottage and this old lady came to the door, sort of heavy and so sweet—and I said, “Hi, I’m Ronnie of the Ronettes” and Keith said, “I’m Keith Richards of the Rolling Stones and we can’t move our bus because we can’t see any farther than our hands.…” So she says, “Oh! Come on in, kids, I’ll give you something!” and she gave us scones, tea and then she gave us extra ones to bring back to the bus and to be honest, those were the happiest days of my entire career. We were twenty years old and we just fell in love. What do you do when you hear a record like “Be My Baby” and suddenly you are?"

Life (Keith Richards and James Fox (Contributor))
- Highlight Loc. 2148-55  | Added on Wednesday, February 08, 2012, 07:35 AM

V for Vendetta

E nos andam a enrolar

Do tempo em que a música não estava reduzida ao canto do eu e dos seus sentimentos, emoções e desejos. Do tempo em que a música se envolvia na denúncia das injustiças sofridas pelos pobres e desprotegidos. Do tempo em que as pessoas se envolviam umas com as outras. Do tempo em que o indivíduo se diluía no colectivo. Do tempo em que havia "trabalhadores culturais". Do tempo em que se queria "parar tudo". Do tempo em que a greve era uma arma. E não foi assim há tanto tempo. Se aí, em 1976, a música é marcadamente ideológica, hoje é lamentavelmente vazia e apolítica. Hoje, a ideologia - politicamente complexa e reflexo dos anos quentes de 74, 75 e 76 - do Grupo de Acção Cultural está morta e ainda bem! Hoje já ninguém deseja a "ditatura do proletariado". Contudo, a qualidade do disco "POIS CANTÉ!!" é indiscutível.

10 Ir e vir 4:22
      (GAC)

O vento hoje sopra do Norte
Como sabem se chama Nortada 
Mas não sabem que no mar alto 
Vento e geada cortam à facada 
Risca a cara e de que maneira 
Risca tudo que encontra na frente 
Vai o barco cheiinho de gente 
Vai o barco chamado traineira 

 ir e vir ao mar... 

Chegado ao mar alto, lá fora da costa 
Deita ao mar chalandra e chalandreiro 
Pega numa ponta da rede e a traineira 
Dá volta inteira 
Peixe vivo fica lá no meio, fica tudo cheio 
De peixe miúdo, de peixe graúdo 
E de esforço, de suor
De trabalho d'um raio, 
R'ais parta a vida do pescador 

Puxa a rede alador... 

Fica a traineira bem carregadinha 
De faneca, carapau e sardinha 
Vira o leme já o sol vai alto 
Já as mulheres estão em sobressalto 
Chega à costa e vende-se o peixe 
E não há nada que a fábrica deixe 
E as conservas vão p'ró estrangeiro 
É negócio, é negócio rijo 
Mas a vida do pescador é sem descanso 
E sem dinheiro 

Sem descanso e sem dinheiro...
 
Isto assim é que não está certo 
A gente assim não pode viver 
A gente nem ganha p´ra comer 
Nem tem descanso 
O mar enrola a areia 
E nos andam a enrolar 
Calma aí seu gatuno ladrão, seu armador 
Porque vai é parar tudo 
Nós vamos é já p'ra greve 
E não há ninguém que nos leve 

A greve é nossa arma...

 
 "O GAC assinava sempre como um colectivo onde as individualidades se diluíam, no entanto, as autorias das músicas e letras nem sempre, ou quase nunca, eram colectivas. Nesta reedição em cd, revelamo-las."

faixa 10: letra e música de João Loio.
Arranjos de Luís Pedro Faro.

os representantes dos mortos

O serviço público de comunicação dos Açores já está a divulgar o inevitável crescimento do número de deputados na próxima legislatura - mais cinco deputados serão eleitos em Outubro. O absurdo é que, segundo os últimos censos, a população açoriana diminuiu. Mas o número de eleitores nos cadernos eleitorais aumenta. Os mortos não deixam de ser eleitores e os emigrantes têm todos direito a cartão de eleitor. Em vez de se propor uma solução para o problema - o que se calhar até diminuiria o número actual de deputados, número que é já elevado e tem vindo a aumentar (veja aqui) - transforma-se o erro numa necessidade. É discutível se os mortos continuam, ou não, a ter interesses e direitos, mas na assembleia legislativa regional haverá quem os defenda. Esses cinco novos deputados serão os representantes dos mortos e dos ausentes. Os partidos e os seus líderes fazem contas e esfregam as mãos.

Os anos sessenta e Ginsberg

"I liked the energy that was going into it rather than necessarily everything that was being done—that feeling in the air that anything was possible. Otherwise, the stunning overblown pretentiousness of the art world made my skin crawl cold turkey, and I wasn’t even using the stuff. Allen Ginsberg was staying at Mick’s place in London once, and I spent an evening listening to the old gasbag pontificating on everything. It was the period when Ginsberg sat around playing a concertina badly and making ommm sounds, pretending he was oblivious to his socialite surroundings."

Life (Keith Richards and James Fox (Contributor))- Highlight Loc. 2933-34

"Ersatz hip, as it’s called."

Subitamente a palavra voltou ao meu pensamento.
Keit Richards usa-a na sua autobiografia e já a encontrei no blog de Pedro Mexia.
Eu próprio penso ser agora um ersatz da cultura hippie e da cultura em geral.

ALEXANDRE O'NEILL (1924-1986)

AOS VINDOUROS, SE OS HOUVER...

Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;

que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem peçários, calendários, Pílula,
jaculatórios fora, tarde ou cedo;

 computai, computai a vossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;

que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.  

Alexandre O'Neill, De Ombro Na Ombreira (1969)

The Story Of Food from USC Canada on Vimeo.