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domingo, 24 de maio de 2015

Under the sun

"I further observed all the opression that goes on under the sun: the tears of the opressed, with none to comfort them; and the power of their oppressors - with none to comfort them. Them I accounted those who died long since more fortunate than those who are still living; and happier than either are those who have not yet come into being and have never witnessed the miseries that go on under the sun."

Ecclesiastes (JSP) 4: 1-3

terça-feira, 12 de julho de 2011

"Esqueçam tudo"

" A obrigação foi substituída pela sedução, o bem-estar tornou-se Deus e a publicidade o seu profeta.
(...)

'Há uma vergonha de se ser feliz face a certas misérias' –  escrevia La Bruyère; a publicidade, essa, apela: 'Esqueçam tudo'. "

Lipovetsky, G. (2010). O Crepúsculo do Dever. A ética indolor dos novos tempos democráticos
 (Tr. F. Gaspar & C. Gaspar). Lisboa: Publicações Dom Quixote, pp.62, 63.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Salazarismo, Educação Cívica e Mendicidade

"Também para as elites salazaristas, a colaboração diminuta (...) da população para com os serviços de repressão da mendicidade e da vadiagem -- uma componente importante da obra de regeneração nacional -- se prendia com a falta de educação cívica do povo português:

'A Revolução Nacional foi feita para um povo sem educação cívica. Vinda do alto, num movimento consciente de fôrça armada, afirmada nas realizações brilhantíssimas da obra governamental, carece de adaptar-se ao corpo social a que diz respeito. (...) A arte de adaptação de uma obra genial em desproporção com o corpo a que se destina é uma arte política.'"
(excerto de entrevista ao Ministro do Interior publicada no Diário de Notícias de 1 de Setembro de 1945)

in Bastos, S.P. (1997). O Estado Novo e os seus vadios: contribuição para o estudo das identidades marginais e da sua repressão. Lisboa: Publicações Dom Quixote, p. 98.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Crise nos anos 30

"A crise tudo explica e tudo justifica. Vende-se caro por causa da crise e vende-se barato por causa da crise. Pede-se esmola por via da crise e nega-se esmola por via da crise. Aumentam as rendas das casas devido à crise. Por causa da crise não se come, por via da crise não se bebe."
(Crónica do Diário de Notícias de Janeiro de 1933)

"Há uma palavra que se ajusta maravilhosamente à situação da quase totalidade das populações: Miséria. Só a boa índole, a mansidão e, diga-se a verdade, a profunda religião desta gente, torna possível que grandes proprietários, milionários, que gastam centenas de contos em automóveis e extravagâncias paguem 3$50 ou 4$00 por dia a um chefe de família. É absolutamente revoltante. E chegam a ter o desplante de se queixarem à polícia ou ao administrador do concelho quando um desgraçado rouba das suas imensas propriedades um molho de lenha!(...) Seguramente que três quartas partes da população vivem como ou pior que bichos. Trabalham de sol a sol (quando conseguem trabalhar) e vivem miseravelmente."
(Relatório do Governador Civil de Castelo Branco referente ao mês de Abril de 1935)


in Bastos, S.P. (1997). O Estado Novo e os seus vadios: contribuição para o estudo das identidades marginais e da sua repressão. Lisboa: Publicações Dom Quixote, pp.71-2.