"agora parecia a K. que todas as amarras que o prendiam haviam sido cortadas, que era agora mais livre do que nunca, que podia esperar o tempo que quisesse naquele lugar que lhe era proibido, que lutara por esta liberdade como nenhum outro e que ninguém podia tocá-lo, expulsá-lo, sequer dirigir-lhe a palavra, ao mesmo tempo, porém, não menos forte era a sua convicção de que nada era mais absurdo, mais desesperado, do que esta liberdade, esta espera, esta invulnerabilidade."
Franz Kafka, O Castelo, Relógio d´Água Editores, (tr. I.C.S.), 2006, p.102.