domingo, 22 de outubro de 2006

Apontamentos de um preceptor

Como iniciar o estudo da Política de Aristóteles?

lendo:

"Segue-se que a polis pertence à classe dos objectos que existem por natureza e que o homem é, por natureza, um animal político (politikón zôon). (...) animal político num sentido que as abelhas, ou todos os outros animais que vivem reunidos, não são". tr. de 1253a1-3, 1253a7-8, Aristotle, The Politics, (Penguin Classics).

Começando pela oposição entre Phusis/natureza/essência e nomos/lei/contingência, descubra-se, seguindo a orientação de Leo Strauss, o modo como Aristóteles valoriza e justifica o domínio da política (do homem político por natureza) e dá continuidade à crepuscular ciência política de Hipodamus.


Mas não é a política o domínio do contingente e a natureza o domínio do essencial?

Como pode a política ser natural?

Comece-se pelo livro II, viii, designado "a constituição de Hippodamus", 1267b22 até 1269a28, que foi o primeiro a pensar sobre a "melhor ordem política". A ordem natural?

Depois, livro III, x e xi, 1281a 16, b18, para perceber o porquê de "a mais fundamental discussão da Política, incluir aquilo que é quase um diálogo entre um oligarca e um democrata" (Strauss, p. 21)

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