Gravações do Trio Fragata no bandcamp

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

O tempo nunca volta para trás. É como o ..."vento que passa"!

O grande clandestino"

Eu me distraio muito com a passagem de tempo.
Chego às vezes a dormir. Durmo meses e anos. O tempo então aproveita e passa escondido. Mas que velocidade!
Basta ver o estado das coisas depois que desperto: quase todas fora do lugar, ou desaparecidas; outras, com uma prole imensa; outra ainda, alteradas e irreconhecíveis.
Se durmo de novo, e acordo, repete-se o fenómeno.
Sempre pensei que o tempo fizesse tudo às claras. Oh, não!
Eu queria convidá-los a assistir ao que ele tem feito comigo. Mas é um espectáculo todo íntimo e não disponho de tribunas.
Além do mais, o tempo em pessoa é praticamente invisível, como a ventania. Só se pode apreciar o resultado de seu trabalho, nunca sua maneira de trabalhar.
O que é preciso é nunca dormir e ficar vigilante para obrigá-lo ao menos a disfarçar a evidência de suas metamorfoses.
É de fato penoso deixar de ver as coisas tais como as vimos a primeira vez. O tempo tudo transforma e arrasa, sem nos dar aviso.
Ora, isso entristece. Isso nos deixa intranquilos. A não ser que nos misturemos com ele, façamos dele um aliado.
Aí, sim, destruição e reconstituição se confundem. Sacos e sacos vão se enchendo e esvaziando toda a vida. Perde-se até da morte. Então a gente aproveita para erigir sistemas, tomar iniciativas, amar, lutar e cantar. O tempo fica assim tão escondido dentro de nós, que se tem a impressão que fugiu para sempre e se esqueceu.
Em verdade, ele não repousa nunca. Nem mesmo nas pirâmides. Nem mesmo nos horizontes onde parece pernoitar.
Rói as pedras como o vento, rói os ossos como. O que mais admira é a extrema delicadeza com que pratica essas violências.
Todos falam de sua impassibilidade. Não é bem isso. Tanto assim que aumenta de velocidade, à medida que nos distanciamos de nossas origens. E quase pára quando o esperamos na solidão.
Meu mal é sentir-lhe a passagem como a de um animal na noite. Chego quase a tocar nele. Fico horas à janela vendo-o passar. É um vício.
Oh, como se diverte! Para ele, destruir uma árvore, um rosto, uma instituição, uma catedral - tanto faz.
O desagradável é quando de repente se retira dalgum objecto ou de alguém. É claro que prossegue depois, mas deixa sempre alguma coisa morta. Franqueza, nessa hora dá um aperto no coração, uma nostalgia!...
Contudo não se deve ligar demasiada importância ao tempo. Ele corre de qualquer maneira.
E é até possível que não exista.
Seu propósito evidente é envelhecer o mundo.
Mas a resposta do mundo é renascer sempre para o tempo. “
(LE)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Depois das Eleições

Depois de uma campanha eleitoral animada, a grande vantagem de qualquer eleição democrática é a de o povo sair, finalmente, da sala de estar dos políticos. É uma sensação de alívio que alguns eleitos descrevem como semelhante ao momento em que uma dor intensa, por qualquer razão obscura, termina.(...) Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos - quer tenham perdido quer tenham ganho - é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.



Gonçalo M. Tavares, in O Senhor Kraus



Até às próximas!


(D.O.)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Pergunto...

... ao vento que passa,
o que faz um candidato presidencial
a declamar POESIA?!


(D.O.)
o candidato poeta
é também conhecido, nalguns meios restritos, como o Aedo caçador.

(LFB)

O que é a história?

Procurar responder à questão “O que é a história?” nem sempre foi, como é hoje, considerado algo necessário. Em época de conforto, onde a sociedade respira serenidade e confiança e é regida por uma economia de laissez-faire, tende a reinar uma visão auto-confiante, clarividente, positivista do mundo. Foi assim o século XIX.
As áreas do conhecimento sofriam a influência do empirismo:
- separação completa entre o sujeito (quem observa/ estuda) e o objecto (observado/estudado);
- “os factos - tal como as impressões sensoriais – embatem no observador e são independentes da sua consciência”, sendo, portanto objectivos;
- por fim, o processo de recepção é passivo: só após receber os dados, o observador age sobre os mesmos.
Esta é a base da produção cientifica da época, que se pretendia e acreditava experimental. Vivia-se a “paixão dos factos”, à qual não escapou a própria história, que buscava a ruptura com a história moralizante do século XVIII. Sir Gradgrind, em Tempos Difíceis: “O que eu quero são factos (…) só os factos contam na vida”. Assim, ao historiador competia “simplesmente mostrar como as coisas, na verdade, se tinham passado” – Wie es eigenlich gewesen (Rank). Por outras palavras, dado o carácter objectivo/neutro dos factos (dados da experiência, distintos de conclusões), ao historiador cabe obtê-los de modo exacto e só depois interpretá-los – “Os factos são sagrados, a opinião é livre”(C.S. Scott)).
Nesta concepção liberal da história (que tem em Acton a sua principal figura), a busca dos factos pretende-se ilimitada: todos os factos são históricos, visto terem o mesmo carácter objectivo perante quem tem deles conhecimento. Portanto, a história é a compilação de um número máximo de factos irrefutáveis – é factual, evidente e pormenorizada.
Onde encontra o historiador os seus factos? Em documentos: decretos, tratados, listas de arrendamento, livros azuis, cartas, diários, etc.; é a ditadura do documento: “se os documentos o dizem, então é porque é assim.”. Eles contêm os factos básicos, comuns a todos os historiadores, são a “espinha dorsal da história” (visão histórica do senso comum).
Ora, sendo a história uma “colecção de factos”, os factos infindáveis e o historiador um mero compilador que, pela sua recolha exaustiva, busca constituir a versão última e indiscutível da história, surge um problema: a impossibilidade de conhecer/lidar com todos os factos origina uma história povoada de lacunas. O próprio Acton evidencia este problema ao referir-se ao seu professor, Dollinger: “Ele não escreve jamais com matérias imperfeitos e para ele os materiais eram sempre imperfeitos”.
No entanto, a este problema sobrepunha-se a crença positivista (que mais tarde se verificou insustentável) de que, por falarem por si, “se ele [o historiador] se encarregasse dos factos, a divina providência encarregar-se-ia do significado da história”. (Rank).
Em suma, desde que o historiador cumpra o papel de recolha e compilação dos factos, por uma espécie de “mão providencial”, a “historia irá revelar por si o progresso benéfico e aparentemente infinito em direcção a estágios sempre mais elevados”. E foi este o pensamento que conduziu à crença de que colocar a questão “O que é a história?” é completamente despropositado. Foi a “Idade da Inocência”.


Mas serão todos os factos históricos? Se sim, serão todos tratados como tal? A morte de um qualquer indivíduo é tão relevante, historicamente falando, quanto a morte do Dr. Martin Luther King? Obviamente, não. Daqui decorre que o estabelecimento dos chamados factos básicos “não é fundamentado em alguma qualidade dos factos em si, mas numa decisão a priori do historiador”, ou seja, depende de uma selecção prévia. Quanto aos documentos, considerados a matéria-prima da história, a sua objectividade levanta sérias dúvidas: um documento pode não descrever fielmente o sucedido e sim o que o autor pensou ou quis que os demais pensassem que sucedera, entre outras possibilidades.
Por conseguinte, o historiador não se afigura como um elemento passivo na elaboração da história: os factos por si só não falam; carecem da selecção, contextualização e interpretação por parte do historiador. “O facto é como se fosse uma saca - cai para o lado até ao momento em que lhe ponham algo dentro.”(Pirandello).
O historiador não se interessa por todos os factos do passado: estes constituem o “material histórico bruto”, indiscutivelmente essencial ao historiador, mas não é a recolha do maior numero possível de factos a sua função essencial – “A exactidão é um dever e não uma virtude” (Houssman).
Ele é primeira e essencialmente selectivo: é dele que depende a recolha dos factos necessários à escrita da sua visão (a que ele pretende retratar de forma coerente) da história. A adopção e permanência de certos factos como históricos estão ligadas, sim, à intuição do historiador e à aceitação por parte da maioria (consoante os interesses e necessidades da sociedade no momento) dos mesmos como correctos. Portanto, o historiador visa a construção de sentidos com base factual, ao invés de uma recolha e compilação pormenorizada, excessiva e desadequada de factos.
São estas as questões tratadas pela filosofia da história (termo introduzido por Voltaire) que pretende levantar e responder a perguntas acerca da natureza da história, (às quais passou indiferente o século XIX.) e que evidencia a premência da questão “O que é a historia?” para uma melhor compreensão da mesma e do papel de quem a escreve.



É na Alemanha, em 1880/1890 que se surgem os primeiros opositores à tirania dos factos na história. No entanto, só após 1920, Croce (filósofo francês) começou a ter alguma popularidade em França e Inglaterra. Porquê? Após a Primeira Guerra Mundial, os factos já não parecem sorrir, esfumando-se o seu prestígio junto das populações. Estão então instaladas as condições propicias à mudança de paradigma que se seguiu, pois na sociedade de então fervilhava intensamente essa vontade/necessidade.
Floresce em oposição à positvista, uma nova visão da história, cuja figura mais eminente é o filosofo britânico (influenciado por Croce), Collingwood: o entendimento do passado só é necessariamente possível através dos olhos do presente – “Toda a história é história contemporânea”(Croce). Aqui, o historiador encarna o papel de avaliador: como poderá saber o que é relevante se não proceder a uma avaliação prévia?



Como procede o historiador nessa selecção?
A fertilidade de um acontecimento passado é indissociável da sua integração na “reconstituição mental da história” que se pretende contar. Esta, apesar de depender de evidência empírica (factos), não é, em si, um processo empírico (não é uma mera narrativa de factos): a ela preside a selecção e interpretação dos factos – “Escrever história é a única maneira de a fazer” (G.M.Trevelyan).
O passado é dinâmico e não morto. As suas consequências ainda vivem, de algum modo, no presente e é, em grande medida, a necessidade de compreender este último, que leva o historiador a tentar compreender o primeiro.
Portanto, o que se conhece da história não é uma série pura e intacta de acontecimentos passados, mas sim o resultado do processamento dos factos seleccionados pelo historiador, pelo que compreender a relação historiador/facto é compreender a história.



Contudo, a ênfase extrema no papel do historiador pode conduzir à ideia falaciosa de que não existe qualquer objectividade na história. Em 1910, o historiador americano Carl Becker ilustra esse perigo: “Os factos da história não existem para nenhum historiador até ele os criar”. A história é, pois, uma mera criação com uma infinidade de sentidos, todos eles subjectivos, sem que haja um mais correcto que outro. Esta visão relativista conduz a outro grande perigo: à concepção finalista da história; o único critério do historiador seria o da conveniência em relação a um objectivo presente (por exemplo, satisfazer o poder politico vigente), onde o facto é desprezado e tudo é intenção: história igual a propaganda histórica.
É nesta situação escorregadia que podem cair historiador e leitor se não considerarem a impossibilidade de concluir que uma dada interpretação é tão boa quanto a outra porque a interpretação representa uma parte necessária e não exclusiva ao estabelecimento dos factos da história, ou porque nenhuma interpretação é completamente objectiva.


Exige-se, deste modo, ao historiador um compromisso em relação aos factos; deve assegurar-se de que os factos seleccionados para a construção da “intriga” pretendida estão correctos. Isto, todavia, não significa eliminar o elemento interpretativo, fulcral na história, mas sim impor-lhe correcção.
Assim, no processo de reconstituição mental, é necessária “compreensão imaginativa”: tentar alcançar um certo nível de contacto com a mentalidade das pessoas em estudo, de forma a compreender melhor as suas acções, o que, não implicando concordância, requer a não interposição dos valores do historiador na análise que efectua.
Embora seja impossível um distanciamento completo das relações sociais e de poder nas quais se insere, e surja também o problema da linguagem (os conceitos do passado não serão exactamente os utilizados pelo historiador), a procura do distanciamento deve ser uma atitude cultivada, não esquecendo, porém, que o passado só poderá ser compreendido através do presente.



Como trabalha o historiador quando escreve historia?
Dado o carácter dinâmico da historia, Carr defende que a escrita deve ocorrer em simultâneo com o processo de recolha e interpretação dos factos, emergindo, desta interacção, a perspectiva (não totalmente factual ou interpretativa) defendida pelo historiador. A selecção, tal como a interpretação dos factos, não é estática e poderá não ser a definitiva, sofrendo as alterações necessárias no decorrer da escrita.
O que é a história?
A resposta a esta pergunta, como a muitas outras, depende do momento e circunstâncias em que é colocada; daí a necessidade de uma constante reflexão acerca da sua natureza.
Não havendo resposta definitiva, história parece ser um processo interactivo e continuo entre o historiador e os seus factos, um constante diálogo entre o passado e o presente.


(escrito com base em Que é a História? Carr; E.H. ; cap. 1: O Historiador e os seus factos; pp. 7-25.)


(D.O.)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

3 de Janeiro de 2006, Câmara Municipal da Praia da Vitória

Funcionária - É estudante universitária ao abrigo de algum programa de intercâmbio?

"- Não, não pertenço a qualquer programa de intercâmbio."

Funcionária - Então não pode votar nestas eleições.

"Estranho!"

Funcionária ( ar inquieto, impaciente) - Quer ver? Está aqui! Na LEI!




(D.O.)

domingo, 1 de janeiro de 2006

CRÓNICA POÉTICA DE LISBOA (a duas mãos e fora do tempo)

Há qualquer coisa de profundo quando muitas pessoas e durante muito tempo - levamos mais de uma hora à espera das malas - se juntam em torno de uma passadeira de aeroporto. Há os olhares que se cruzam, os sopros desesperados que se adivinham e se sentem, os cigarros que se insiste em acender - apesar dos inúmeros sinais de proibição - como que num gesto de rebelião. Há as pessoas que conhecemos da ilha e que em breve se espalharão por Lisboa na esperança de não se encontrarem tão depressa numa qualquer esquina da capital.
O olhar lânguido e sexualmente convidativo daquele salô pede
mete nojo a forma como ele chupa o cigarro
e se aproxima na vã esperança de que pudéssemos sair
daqui os dois e já no taxi fossemos engolindo a língua um do outro.

...

Saí e sem saber bem como dou comigo a assistir à conversa 'Os livros em volta' na culturgest apresentada por Fernando Pinto do Amaral.

Primeira impressão: tenho
Saudades do Keeper.
("Keeper, Amici !!!"

Fala-se do novo livro de Joaquim Manuel Magalhães - um livro carregadamente pessimista e negro. O convidado, José Bento, que nas palavras do apresentador se revelou recentemente, não sem alguma surpresa, na sua dimensão de poeta, destaca o seguinte verso: "Fogo, feltro, felmatopeia".

Falando-se da colectânea de poesia espanhola de José Bento e do poema de autor algo incógnito intitulado "Soneto a Cristo crucificado", surgiu o tema muito atractivo dos poetas menores, que despertou no próprio o desejo de acrescentar um apêndice sobre essa condição.

Não deixa de ser muito bela essa condição de viver à sombra dos maiores mas da qual alguns por vezes, poucas certamente, conseguem sair para essa luz que entra pelos olhos dentro e abre o poema, fazendo-o funcionar. Nos Açores vive-se muito dessa condição de menoridade, por vezes escondida por detrás do conceito de uma literatura açoriana. Há demasiados poetas menores.

O Nuno Júdice (acompanhado como sempre de sua mulher)
Acaba de se sentar, mesmo à nossa frente.
Está quase careca o poeta.
Maldita próstata!

...

Apresentação, com alguma leitura pelo autor, do novo livro de António Franco Alexandre Uma Fábula, com estrutura quaternária tal como o o seu livro anterior Quatro Caprichos. O leitor, diz-se, é constantemente surpreendido pelas temáticas variadas do livro.

Segundo o poeta este livro é como que "um quinto capricho" sobre Narciso "personagem algo aborrecido" e a Ninfa Eco, sendo a fábula dada como supostamente conhecida e, por conseguinte, não mostrada. As partes I e II são discursos narcísicos e a primeira dever-se-ía chamar Narciso e não, como se pode ler no livro, 'poema simples'. A terceira parte pertence a Eco e a quarta é um "Epimítio".

A epígrafe dos Roling Stones:

"When I travel coast to coast
in the motels you are the goast"

"um corpo vivo feito de penumbra"

Apesar de toda esta novidade o público lisboeta não deixa de mostrar a sua imbecilidade - os telemóveis tocam regularmente e há uns que tocam mas ninguém os desliga, certamente ficaria mal dar ao dedo.

"vivos e completos
somos mortais"

Não deixa de haver alguma semelhança entro o silêncio da leitura poética - esse momento breve - e os silêncios das Igrejas - momento breve onde o público poderia ser o mesmo?

...

O tradutor de Mallarmé para a Relógio D'água, Armando Silva Carvalho, deu "provas de grande qualidade", apesar de o próprio já não se lembrar bem da tradução que já foi feita há mais de sete anos.

Continuo com saudades do
Keeper. Acho que vou
Regressar ainda hoje.
Maldito cão. Suo muito.


E o sapatinho luva do poeta careca?

"O que estará Keeper
A fazer neste momento?"
Este pensamento corroí-me
Até à exaustão. Keeper.
Keeper! I love you!
I love you very nice!


Todos reconhecem a importância do poema traduzido mas ninguém parece gostar muito dele.

...

A referência - algo encenada como se veio a descobrir - feita pelo apresentador aos poetas do establismenent: o do sapatinho luva Nuno Júdice "que chega de Paris e estará algures na sala " e o de direita Vasco Graça Moura "que está aqui à frente e que acaba de lançar O testamento de Vasco Graça Moura.

...

O último livro de Manuel Gusmão é apresentado também com comentários e leituras do autor. 'A via láctea' é dito ser um dos melhores poemas do livro.

A invocação da alegria e a referência à Ética de Espinoza.

"contra todas evidências a alegria"

Por fim, a chamada ao palco do poeta Nuno Júdice para ler com voz perfeita um poema invocativo dos amores de Camões retirado do seu livro Cartografia que é lançado ainda hoje no palácio de Felgueiras e para onde alguns passos já se dirigem.

(LFB)