"Os estudos posteriores levariam ao seu famoso desenho, O Homem de Vitrúvio, assim chamado a a partir do nome de Vitrúvio, um arquiteto romano do século 1 a.C. que escreveu sobre as proporções do corpo humano e que o desenho de Leonardo pretendia ilustrar. Este desenho insere uma figura humana nua, com as pernas e os braços estendidos, dentro de um círculo e de um quadrado: o quadrado demostra a ideia de Vitrúvio de que a largura dos braços abertos de um homem é igual à sua altura, enquanto o círculo mostra que os braços levantados e as pernas abertas chegam ao limite de um círculo cujo centro é o umbigo do homem. A força e a poesia desta imagem derivam da justaposição da sua humanidade integralmente nua e da abstração das linhas geométricas nas quais ela está inserida. pode ser interpretada como qualquer coisa, desde um emblema da autodescoberta científica da humanidade até à imagem retumbante de um homem indefeso pregado como uma borboleta dentro dos limites do mundo matemático. A cabeça individualizada do homem de Vitrúvio, com as suas madeixas de cabelo abertas ao meio e o seu olhar grave e resoluto, é quase de certeza um autorretrato de Leonardo na meia-idade."
(Paul Strathern, O Artista, O filósofo e o Guerreiro - Da Vinci, Maquiavel e Bórgia e o mundo que eles criaram, Clube do Autor, 2012, p.42)
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