terça-feira, 19 de julho de 2011

O ambiente e o colapso da civilização

"Nas últimas décadas do século vinte houve uma desilusão crescente com algumas das consequências do desenvolvimento moderno e um grande interesse na ideia de conservação e protecção do ambiente. Emergiram grupos que fazem campanhas sobre uma variedade de assuntos e temas ambientais foram introduzidos nas políticas doméstica e internacional. Agumas mudanças foram alcançadas num número significativo de áreas importantes: eliminação nas cidades da poluição causada pelo fumo, reduções na poluição industrial, acordos internacionais sobre chuvas ácidas e produção de CFC. Contudo, quando confrontado com a ideologia dominante do crescimento económico, da inovação tecnológica e do consumo de massas, o impacto dessas ideias é reduzido. Muitas das medidas adoptadas nos finais do século vinte são pouco mais do que cosmética quando confrontadas com as forças motrizes do crescimento populacional, da necessidade de aumentar a produção de comida, da cada vez maior necessidade de aumentar a produção industrial e com o aumento crescente do consumo de energia. De facto, foi possível interpretar muitas dessas medidas - conservação da vida selvagem em áreas delimitadas, poluição licenciada até certos níveis, cláusulas permissivas para a baleação científica, apoios limitados à agricultura orgânica mantendo, simultaneamente, os subsídios massivos à agricultura convencional e o impulso para o 'consumismo verde' -como sendo nada mais do que formas de escorar (shoring up) o sistema existente em vez de constituirem os primeiros passos para  uma abordagem mais ambientalmente benigna."

(CLive Ponting,  A New Green History of the World - the Environment and the Collapse of Great Civilizations, Penguin books, revised ed. 2007, p.413. tr. LFB)

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