À mercê tanto do presente como da mortalidade, um ser humano não pode ser senão apressado, assediado, abandonado num universo sem sentido, perseguido pela falta de tempo. Mas as pessoas, como Sócrates aprende com Diotima, estão apaixonadas pela imortalidade, que as torna receptivas aos "sucedâneos de Deus" - palavras de Nietzsche. O "Império dos Mil Anos" e a "Utopia comunista" são inventados explicitamente como alternativas seculares à eternidade que foi expulsa. A sociedade ocidental tem as mesmas aspirações dos fascistas e dos comunistas. Não é por acaso que os seus pilares mais importantes, os meios de comunicação de massas e a economia social-capitalista, proclamam as virtudes do que é novo, veloz e progressista - tudo ao nível dos bens de consumo - e depois oferecem-nos a liberdade de sermos felizes com as nossas maquinetas. Temos de nos sentir eternamente jovens, ver sempre o que é novo como superior, aceitar que as limitações não existem - e será melhor esquecermos a morte."
(Riemen, Rob, Nobreza de Espírito, (tr.) Bizâncio, 2011, pp. 51-52)
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