“Teremos aprendido alguma coisa? As pessoas raramente aprendem a partir da história e a história do regime Nazi não constitui excepção. Também falhámos na compreensão do contexto geral. Nas nossas escolas falamos, por exemplo, de Napoleão e do modo como ele venceu a batalha de Austerlitz. Ganhou-a por si só? Alguém o terá ajudado nesse feito? Talvez uns tantos milhares de soldados? E o que aconteceu às famílias dos soldados mortos, aos feridos de ambos os lados, aos habitantes das cidades que foram destruídas, às mulheres que foram violadas, aos bens e posses que foram saqueados? Continuamos a ensinar acerca dos generais, acerca dos políticos e dos filósofos. Tentamos não reconhecer o lado negro da história – os assassínios em massa, a agonia, o sofrimento que, vindo de toda a história, nos esbofeteia. Não ouvimos o lamento de Clio. Continuamos a não compreender que nunca seremos capazes de lutar contra a nossa tendência para a aniquilação recíproca se não a estudarmos e a ensinarmos e se não enfrentarmos o facto de que os humanos são os únicos mamíferos capazes de aniquilar a sua própria espécie.”
BAUER, Yehuda, Rethinking the Holocaust, Yale U.P., 2001, p.262. (tr. L.F.B.)
Sem comentários:
Enviar um comentário