Julgo ter uma ideia do que
pode ser a solidão judaica, e compreendo também, entre tantas outras
coisas, o orgulho reconhecido por cada mancha verde plantada com as
nossas próprias mãos, e que está pronta a servir de refrigério a quantos
por aqui passam; como entendo também a alegria por cada palavra
readquirida, que cada um sente e preenche, que acorre. Para fortalecer
aquele que lhe é dedicado. Entendo tudo isto, nestes tempos de
auto-alienação e massificação generalizadas e crescentes. (...)
Paul Celan, Telavive outubro de 1969 in, Arte Poética, Cotovia, 1996, p.73
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