segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O mundo dos meus olhos

Durante o tratamento no instituto, a mente de Kraus foi inundada por recordações do tempo em que o seu pai era vivo e vivia sozinho. Era um dia de sol, no ar os sons dos animais, o pai estendia roupa na corda de secar. Essa presença, o sentir o sopro do pai, transmitia-lhe uma sensação de bem-estar e de imortalidade. Mas havia como que um vidro entre Kraus e as suas recordações que o impedia de agarrá-las com toda a sua força. E não houve condensação.

2 comentários:

ana inácio disse...

A roupa estendida ao vento

(...)
E eu no meu solene estudo
De como as coisas não são,
No qual compreendo tudo,
Vejo o branco agitar mudo
Da roupa sem coração.
(...)

Fernando Pessoa

ana inácio disse...

E «Ordet» de Carl Theodor Dreyer

http://ogerme.blogspot.pt/2012/01/comecamos-saber-o-que-e-prudencia.html