"Vistas como indiscutíveis, a verdade e a explicação única destroem a amizade, que deveremos definir como o espaço onde podemos discordar sem matar.
Sou teu amigo, posso discordar de ti. Ou seja: posso explicar de uma outra maneira; sei que não corro perigo se o fizer à tua frente.
Inimigo será, neste sentido, aquele que não aceita discordar. Inimigo é aquele que exige concordância, sempre; amigo, pelo contrário, é aquele que aceita e, por vezes, até exige, discordância."
Gonçalo M. Tavares, Atlas do Corpo e da Imaginação - Teoria, Fragmentos e Imagens, Caminho, 2013, p. 68.