"A virtude quase não floresceu nos assuntos públicos, que não de forma breve e precária. Os valores que admiramos - compaixão, misericórdia, justiça, bondade - têm estado largamente confinados ao domínio privado. A cultura humana tem sido, em larga medida, uma narrativa de cobiça, rapina, e exploração. O século tumultuoso do qual acabamos de emergir foi marcado, de uma ponta à outra, por milhões de mortes desnecessárias. Habituámo-nos a ver a vida política como algo violento, corrupto, opressivo ao ponto de já não nos surpreendermos com a curiosa persistência dessa condição. Não seria de esperar, simplesmente pela lei mítica da média, que tropeçássemos, nos anais da história humana, num maior número de surtos de doçura e luz?"
(Eagleton, Terry, On evil, Yale U.P., 2010, p.147. Tr LFB)
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