Gravações do Trio Fragata no bandcamp

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A educação pela multa

Primeiro, a nível nacional, declara-se a obrigatoriedade de permanecer na escola até aos 18 anos de idade. Como se uma pessoa a partir dos 15 anos não pudesse escolher o que quer, mesmo que isso vá contra os melhores princípios do socialismo. Como se não houvesse coisas melhores para fazer no mundo que não permanecer, na maior parte do tempo, sentado e calado. O Mundo está, felizmente, cheio de pessoas que abandonaram o ensino secundário e conseguiram vingar na vida. Ken Robinson quase que afirma que foi por causa de terem abandonado a escola, tão má que ela pode ser.

Segundo, a nível regional, multa-se os encarregados de educação dos alunos que faltam às aulas. É como prender uma pessoa sem ela ter feito nada e, se ela escapar, prende-se o pai ou mãe. Em eduquês designa-se a esse processo  "chamar os pais à escola" (clique). Tudo feito em nome da igualdade e do progresso. Os sindicatos não vêem nada de errado no processo. Não fosse ser uma coisa difícil de pôr em prática, para uns, e haver  falta de instrumentos, para outros, e tudo estaria bem.
 
Não é de agora que os cesarianos manifestam uma certa atracção pelo coima. Apreciam a ideia de multar as pessoas quando elas não são como eles. César já tinha apresentado a ideia de multar as pessoas que não votam. É uma forma de ensino /aprendizagem e eleva certamente a noção de cidadania. 

Éticamente é errado obrigar as pessoas a permanecer na escola contra a sua vontade porque as pessoas são diferentes umas das outras. E se alguém não quer fazer agora o ensino secundário porque quer ir formar uma banda de Rock, fazer surf, plantar legumes, ou outra coisa qualquer, devemos respeitar isso porque respeitamos a autonomia das pessoas, incluindo a dos jovens. A liberdade de seguir um caminho próprio é uma coisa boa, não só para as regiões, mas também para as pessoas individualmente. Os socialistas regionais, sempre que defendem a autonomia regional contra o centralismo da República, como eles gostam de dizer, fariam melhor em começar por defender a autonomia das pessoas dentro da Região. Certamente isso lhes traria maior credibilidade.  

(LFB)

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