"Em síntese, as várias investigações sobre as representações sociais e sobre as imagens mediáticas da “droga”, do “drogado”, do “toxicodpendente”, mostram o carácter simplista, redutor e ambíguo dos elementos com que se compõem essas figuras. O pensamento coisista uniformiza (“a droga” em vez de drogas várias, sejam legais ou ilegais; o “drogado”, o “toxicodependente” em vez das várias relações com as várias substâncias), toma a parte pelo todo (o "toxicodependente”, o “traficante”, como os actores das drogas, não reservando espaço para outros actores e relações), não discerne diferenças, igualando todos numa espécie de consequência universal da tirania da dependência química. Para agravar este quadro, os anos 90 seriam também os do crescimento epidémico do VIH-Sida, de que o utilizador de drogas por via intra-venosa se tornou um dos principais atingidos e difusores. "
Fernandes, L. (2011). "Do estereótipo à visão fenomenológica: análises sobre o 'agarrado' ". Revista Toxicodependências. Vol. 17, nº1, p. 22.
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