Nathaniel Hawthorne, A letra Encarnada (The Scarlet letter), tr. Fernando Pessoa, Pub. D. Quixote, 2009
"É uma boa lição - ainda que por vezes dura - para um homem que sonhou com a glória literária, e com o talhar-se um lugar, por esse meio, entre os grandes do mundo, o sair um pouco do círculo estreito dentro do qual se aceitam suas pretensões, e ver quão vazio de sentido, fora desse círculo, é tudo quanto ele faz ou quer." ( "alfândega, introdução a A Letra Escarlate, p.25")
"...o facto é que ela sentia ou imaginava que a letra encarnada a tinha dotado de um novo sentido. Estremecia ao crer, mas não podia deixar de crer, que lhe dava um conhecimento sensível do pecado oculto em outros corações." (85)
"Quando uma multidão inculta tenta ver com os próprios olhos, corre grande risco de enganar-se. Quando, porém, forma o seu juízo sobre as intuições do seu grande e ardente coração, as conclusões a que assim chega são muitas vezes tão profundas e certas que assumem o aspecto de uma verdade sobrenaturalmete revelada." (128)
"O público é despótico por natureza; é capaz de negar a justiça vulgar quando insistentemente se lha exige como um direito; mas com igual frequência dará mais que justiça, quando o apelo é feito, como os déspotas gostam que se lhes faça, inteiramente para a sua generosidade." (166)
"O futuro está ainda cheio de experiências e de triunfos também. Há felicidade a gozar! Há bem a fazer! Troca esta vida falsa por uma vida verdadeira. (...) Levanta-te e parte." (206)
"Nenhum homem, durante um espaço razoável de tempo, pode usar uma cara para si e outra para a multidão, sem que por fim fique confuso sobre qual delas é a verdadeira" (227)
"Era uma época em que o que chamamos talento tinha muito menos consideração do que tem agora, mas em que os materiais pesados que produziam a estabilidade e a dignidade do carácter tinham muito mais." (248)
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