segunda-feira, 29 de maio de 2006

Imagens da mostra de cinema antigo feito nos Açores







O mais antigo filme - 1927 - que se conhece feito em Angra pelo 'fotógrafo Lourenço' revelou alguns aspectos curiosos. As pessoas sempre muito bem vestidas ocupam toda a estrada como se ela fosse apenas sua. Hoje fazem-no os carros - esses objectos que vistos (ou não vistos) naquela distância são monstruosos, e são-no em parte por terem ocupado totalmente a estrada e até os passeios (haverá alguma razão para já não se fazerem passeios nas estradas?)

As pessoas olham para a câmara como se ela fosse um outro com o qual se pode brincar, ou então como um objecto estranho do qual se deve fugir a correr.

Os filmes de propaganda política, e simultaneamente turística, das visitas dos presidentes Carmona (1941) e Américo Tomás (1963) às "ilhas adjacentes" mostram como tudo então estava sob controlo. Desde o momento da partida em Lisboa - Salazar sempre sorridente à partida e chegada dos presidentes (como se mais de vinte anos não se tivessem passo entre as duas viagens)- todos acodem aos Portos (nas Flores, só uma pessoa, por estar gravemente doente, não compareceu); todos batem palmas, todos gritam 'aqui também é Portugal', todos sorriem alegremente e atiram literalmente flores à cara do presidente e seus acompanhantes.
Pelo meio houve também uma visita do presidente craveiro Lopes (1957?), mas desta visita não se viu documentário; estaria o regime demasiado ocupado com a onda gigante Humberto Delgado?

O filme sobre os Capelinhos é obra de arte feita por cientistas (Orlando Vitorino) que aparecem com aquele ar de pessoas sábias que desejam saber.

Continuo sem ter revisto "Quando o mar Galgou a Terra".














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