segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Os partidos políticos

estão em crise e isto não é novidade. Todos o afirmam e Pacheco Pereira apresentou recentemente algumas das causas no seu Abrupto. Mas, a par deste diagnóstico, todos defendem que sem partidos a democracia saudável não pode existir. Será que não pode? Por um lado, percebe-se essa defesa dos partidos uma vez que as alternativas se revelaram desastrosas no século XX. As experiências da democracia directa nos anos sessenta revelaram resultados altamente indesejáveis para todos os implicados. A democracia parece implicar uma mediação, uma pausa para reflexão, que só os partidos e os representantes dos eleitores têm disponibilidade e legitimidade para realizar. As matérias são complexas e requerem tempo para pensar nelas. Por outro lado, a necessidade dos cidadãos afirmarem a sua individualidade e a sua não submissão intelectual também é manifesta; veja-se os jantares dos apoiantes de Alegre. Estou em crer que é possível, através da compreensão e explanação do conceito de sociedade civil, encontrar novas formas de reflexão, debate e justificação das decisões colectivas que não têm que passar necessariamente pelos partidos políticos...

(LFB)

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