segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

É triste

Ha já muito tempo que desconfiava da fragilidade da Psicologia (pelo menos da forma como parece ser encarada e praticada actualmente) como ciência capaz de explicar e até de prever os mecanismos profundos da mente humana... Mas o primeiro contacto directo com alguns dos métodos utilizados na área deixaram-me ainda mais desconfiada...
Imagine-se que para medir (sim, medir significa quantificar!) o altruismo e a ideologia das pessoas, é-nos proposto recorrer a um questionário! Como se fosse possível, deste modo, tocar o cerne das pessoas e extrair de forma válida qualquer conclusão acerca das suas motivações relativamente a estas questões tão subtis.
É assustador pensar que se baseiam neste tipo de estudo muitas das respostas ditas científicas à pergunta "O que é o homem?"...
Que método proponho? Nao sei; mas sei que este não me parece minimamente plausível. É, pois, necessário reflectir. E é precisamente essa atitude crítica que NÃO vejo à minha volta: a preocupação central é a de construir - despachar - o questionário o mais rápido possível, de forma a agradar o mais o possível ao professor da cadeira em causa. É a escravização da inteligência. É a busca de um número que nos impulsiona a nós, alunos - uma nota.

É triste.


(D.O.)

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