"Sou
um homem ridículo. Agora quase me tomam por louco. O que significaria
ter ganho em consideração, se não continuasse a ser um homem ridículo.
Mas eu já não me aborreço por causa disto, agora já não guardo rancor a
ninguém e gosto de toda a gente, ainda que se riam de mim... sim,
senhor; agora, não sei porquê, sinto por todos os meus semelhantes uma
ternura especial. Teria muito gosto em acompanhá-los no vosso riso...
não, precisamente, nesse riso à minha custa, mas pelo carinho que me
inspiram, se não me fizesse tanta pena ver-vos. É pena que não saibam a
verdade. Oh, meu Deus! como é doloroso ser um só a saber a verdade! Mas
isto não o compreendem eles. Não, nunca o compreenderiam."
Dostoiévski, O Sonho de Um Homem Ridículo, quasi, 2008, p.9
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