"Sumo é o desporto nacional do Japão. Parte religião, parte ritual. A origem deste desporto está nas competições de força que se realizavam para entreter os deuses durante os festivais. O nível mais elevado - no Japão moderno o sumo profissional continua a acontecer sob um telhado suspenso de um templo Shinto - e o ringue são abençoados, antes de cada torneio, por um sacerdote. Os torneios estão envoltos em pompa e cerimónia. As árbitros assemelham- se a sacerdotes. Antes de cada luta, os rikishi [atletas] atiram sal para o ringue num ritual de purificação e o grande campião - o yokozuna - enquanto realiza as elaboradas cerimónias de entrada usa roupas brancas, estilizadas a partir das usadas nos templos Shinto.
Os combates raramente duram mais de trinta segundos. É um show dos diabos. Explosivo e, no entanto, contido. No sumo não se dividem os atletas em categorias de peso, o que significa que um pequeno meia caneca (halfpint) de noventa quilos pode defrontar um gigante de duzentos e cinquenta quilos e os gigantes nem sempre ganham. O sumo requer um centro de gravidade baixo - daqui as dietas forçadas e as grandes e redondas barrigas - mas os rikishi pequenos, rápidos e mais espertos podem entrar, agarrar o cinto e perturbar homens muitos maiores que caiem como sequóias derrubadas."
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(Will Ferguson, Hokkaido Highway Blues - Hitchhiking Japan, Cannongate, Abridged ed., 2003. Tr. LFB)
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