Em direcção a um conferência, proferida por Comandante de Fragata, sobre métodos de calcular a longitude nos séculos XVII e XVIII, passagem por corredores apertados e altos completamente forrados de azulejos 15 por 15
laranja vivo, e por escadarias e espaços de transição com paredes
verde alface. No anfiteatro as cadeiras como objecto de tortura - é mais para ver do que para sentar e ouvir. Ou então, e mais provável, é não ter havido dinheiro para comprar cadeiras minimamente confortáveis. Sabe-se que o orçamento para a construção deste novo edifício foi cortado e que a obra foi sendo, por falta de dinheiro, adiada. Quanto às cores, elas denunciam a pobreza estética que muitos edifícios públicos novos insistem em exibir. Quem terá escolhido aquelas cores? E porquê? Será que algum arquitecto consegue justificar a compatibilidade entre um ambiente TVI (imediatista, agressivo, primário, atraente ao olhar passageiro, mas repulsivo ao olhar permanente, rapidamente degradável) e um ambiente académico (mediato, razoável, tendencialmente neutro, duradouro)? Ou terá sido um gesto político, mesmo que inconsciente, de dar um ar atraente a uma coisa nova, que rapidamente deixará de o ser? O mundo das aparências...
Carlos César, por decisão sua, dá 500 mil euros e 600 passagens na Sata à TVI e à "ilha dos amores" e considera a estação uma referência. Supõe-se que com esta afirmação César signifique apenas que esse é o canal que tem mais audiência em sua casa, tal como na casa da maioria dos portugueses. Assim como também é público que o canal preferido da mulher de Cavaco Silva é o Odisseia. A justificação de que o retorno será maior do que o investimento não é o que está em causa. A política não é só sobre dinheiro. Muito menos a política educativa que é vinculada através da televisão. Ao apoiar a TVI e ao referenciá-la como uma boa televisão, César diz aos açorianos que ver esse canal é bom. Mas é bom para quê e para quem?
(LFB)
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