1) o homem razoável adapta-se ao mundo
2) o homem não-razoável faz tudo para que seja o mundo a adaptar-se a ele
Logo, todo o progresso depende do homem não-razoável
constitui aquilo que os lógicos designam de entimema, uma vez que transporta consigo uma premissa escondida:
3) toda a mudança no mundo (fazer o mundo adaptar-se) é fonte de progresso.
Um das perguntas colocadas parece questionar se todos os homens não-razoáveis tentam mudar o mundo. Um possível solução, também ela algo silogística, seria afirmar que haverá alguns homens razoáveis que tentam mudar o mundo (será este o caso da ministra?), como haverá alguns homens não-razoáveis (por exemplo, aqueles que só são não-razoáveis em privado ou às escondidas ) que não tentam mudar o mundo público.
O problema do progresso é delicado. Há quem diga que depois
de Auschwitz - a que Shaw ainda assistiu (1856-1950) e certamente a pior mudança no mundo realizada por um não-razoável - não faz sentido falar de progresso e de que valores faz sentido falar ninguém sabe bem.
(LFB)