A revista Sábado oferece todas as semanas (um livro por semana e durante oito semanas) aos seus leitores, sem que se tenha que pagar mais por isso, livrinhos introdutórios extraordinários; os autores são autoridades na matéria, os livros são muito bem escritos e contém ilustrações ilucidativas e informativas o que torna a leitura leve e interessante, os temas são actuais...
Os originais ingleses sempre foram para mim importantes e fascinantes. Fazem parte de uma reformulação que a Oxford University Press a bom tempo submeteu à sua velha colecção de introduções a grandes personalidades intitulada "Past Masters" (a introdução a Wittgenstein de A. C. Grayling, ou a introdução a Machiavelli de Quentin Skinner são dois exemplos que me marcaram pela clareza, rigor e capacidade de se fazer entender). Em Portugal, nos anos oitenta, a editora Dom Quixote traduziu alguns destes livros numa colecção que intitulou "Mestres do Passado", mas as traduções eram más e as revisões simplesmente inexistentes ao ponto de nunca conseguirem ser uma substituição digna do original inglês (embora mantivessem o precioso índice analítico). A referida reformulação da O.U.P. passou por um novo grafismo (muito melhor e muito mais atraente que o da "Past Masters") ao qual a edição portuguesa se mantém fiel; por dar um novo título à colecção – agora designada de "A Very Short Introduction"; e por alargar o seu âmbito a temáticas e já não apenas a autores, bem como por incluir novos títulos. Desta nova colecção já li e recomendo Democracy de Bernard Crick (publicado pela primeira vez em 2002 e que irá ser oferecido pela Sábado, a mim custou-me 15 euros, incluindo transportes!) e Anarchism de Collin Ward (2004).
As traduções portuguesas agora oferecidas trazem também a chancela da editora Quasi e a cedência de licença da Editorial Temas e Debates, o que indicia que se calhar iremos ter em português mais títulos do que os oito agora anunciados. Pelo que me apercebi da leitura da primeira oferta – O Alcorão – a tradução e a revisão parecem cuidadas o que é um bom presságio. Só é pena que uma peça tão boa tenha sofrido a amputação do índice analítico. Nunca compreendi a razão que leva tantos editores portugueses a cometer tal acto. Será que mais duas ou três páginas encarece assim tanto o resultado? Será por descuido? Será por pensarem que essa parte do livro não interessa?
Vou enviar este post aos editores pode ser que me saibam responder (presunção minha) ou, melhor ainda (e maior a presunção), que o dito índice seja incluído nos próximos volumes.
(LFB)
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